24 julho 2018

Análise Econômica de Custo-Minimização entre as Vias de Administração Endovenosa e Subcutânea do Trastuzumabe: Intercambialidade de Vias de Administração vs. Sustentabilidade para o Sistema de Saúde Suplementar

Yohanna Ramires1; Bruna Mariana Tartari de Oliveira1; Fernando Miguel de Sousa1; Jolline Lind1; Moacir Pires Ramos1; Jaime Luis Lopes Rocha1

1 Unimed Curitiba. Curitiba (PR), Brasil. Endereço para correspondência: Yohanna Ramires. Rua Conde de São João das Duas Barras, 816, Hauer. Curitiba (PR), Brasil. CEP 81630-130. E-mail: yohanna.ramires@unimedcuritiba.com.br.

Introdução: O trastuzumabe (TZB) é um anticorpo monoclonal historicamente utilizado por via endovenosa (EV) no tratamento do câncer de mama metastático e inicial de pacientes HER-2 positivos. No entanto, sua apresentação subcutânea (SC) oferece uma alternativa menos invasiva, com propriedades farmacológicas semelhantes. Estas características tornam a droga e a intercambialidade de vias de administração, um tópico relevante a ser estudado no aspecto farmacoenômico.

Objetivo: Avaliar o impacto financeiro a partir de uma análise de custo-minimização, entre as vias de administração EV e SC do TZB, em uma operadora de plano de saúde com mais de 500 mil vidas.

Método: Estudo retrospectivo e descritivo dos custos desta operadora, seguido de modelagem de custo-minimização entre os pacientes que fizeram uso de TZB, no período de 1 de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2017. Utilizou-se da possível intercambialidade entre as vias EV e SC a fim de descrever a economia com a substituição. Estabeleceram-se como critérios de exclusão o pagamento indevido da tecnologia, não pagamento e glosas justificadas. Após exclusão, calcularam-se asdespesas totais, somando custos do produto atualizados pelo valor presente e taxas de infusão. Custos diretos e indiretos de materiais e profissionais não foram incorporados.

Resultados: Evidenciou-se que 241 pacientes, totalizando 2.876 liberações, fizeram uso de TZB EV no período avaliado. Destas, 31 liberações foram excluídas devido aos critérios estipulados. Por fim, 2.845 liberações foram incluídas. A análise identificou utilização de 2.685 frascos de TZB com administração EV totalizando R$ 32.676.386,30 de despesas, que incluem valores pagos pela droga e taxas de infusão, média de R$ 11.485,55 (±R$ 2.537,87) por liberação e R$ 135.586,67 (±R$ 98.837,48) por paciente. Quando realizada a simulação, o custo ajustado passa a R$ 29.839.650,22, média de R$ 10.488,45 (±R$ 2.370,21) e R$ 123.815,98 (±R$ 90.444,82) por liberação e paciente, respectivamente. Perfazendo um valor diferencial de R$ 2.836.736,08 (8,7%) na suposta economia de recursos.

Conclusão: A análise econômica no tratamento oncológico mostra significativa relevância, pois contribui com o melhor uso da terapêutica de custo elevado garantindo a sustentabilidade do sistema de saúde. Neste estudo, o custo antes da troca da via de administração é maior que após este processo, assim a via SC apresentou-se como uma opção custo-minimizatória em comparação ao tratamento EV.

Palavras-chave: Custo-minimização; Vias de Administração; Trastuzumabe.

Poster in: IX CONGRESSO BRASILEIRO DE FARMACÊUTICOS EM ONCOLOGIA. 2018.

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