29 agosto 2018

Estudo de Utilização do Nivolumabe em uma Operadora de Planos de Saúde

Igor Monteiro Albuquerque1; Vicente de Souza Lima Neto1; Danusio Pinheiro Sartori1; Joel Bezerra Vieira1; Andre de Jesus Roldan Viana1; Jessica Ferreira Romero1; Antonio Nilson Mendes dos Santos Junior1; Alberto de Oliveira Junior1

1 Unimed. Fortaleza (CE), Brasil. Endereço de correspondência: Igor Monteiro Albuquerque. Travessa Quinze de Novembro, 10, Padre Romualdo, Jardim Botânico. Fortaleza (CE), Brasil.
CEP 61601-340. E-mail: igor.albuquerque@unimedfortaleza.com.br.

Introdução: A imunoterapia é um tratamento que usa o próprio sistema imunológico do indivíduo para combater a neoplasia. Essa modalidade terapêutica tem como principais representantes os inibidores de “check point”, no qual três deles tem registro no Brasil (Ipilimumabe, Nivolumabe e Pembrolizumabe). O Nivolumabe, que anteriormente apresentava estudos de fase II/III apenas para melanoma avançado, atualmente tem indicação para, pelo menos, mais cinco neoplasias distintas, destacando a importância desses agentes como opções a quimioterapia convencional e os antineoplásicos orais. No entanto, há uma preocupação com a seleção dos pacientes, visto que, de acordo com a literatura, apenas 20-25% dos pacientes com Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células (CPNPC) realmente se beneficiam com inibidores de check point.

Objetivo: Definir o perfil de utilização do nivolumabe em pacientes de uma Operadora de Planos de Saúde (OPS) de Fortaleza-CE.

Método: Trata-se de estudo observacional retrospectivo com dados de mundo real de uma OPS. Foram incluídos todos os pacientes que utilizaram nivolumabe no ano de 2017, independente da linha de tratamento, no qual foi analisado: custo total e por paciente, tipo de neoplasia e motivo de interrupção do tratamento.

Resultados: Atenderam aos critérios de inclusão 22 pacientes. O custo direto com o medicamento foi de R$ 2.185.690,08, resultando em um custo por paciente de R$ 99.349,55. A principal neoplasia
envolvida foi o CPNPC (68,2%; n=15), seguida de melanoma (13,6%; n=3), linfoma de Hodgkin (9,1%; n=2), carcinoma renal (4,5%; n=1) e câncer anal (4,5%; n=1), sendo essa última uma indicação terapêutica off-label. Com relação ao desfecho clínico, foi observado que 31,8% dos pacientes (n=7) obtiveram resposta parcial e continuaram o tratamento, 22,7% progrediram e retornaram a quimioterapia (n=5) e 45,5% foram a óbito. É importante ressaltar que dos pacientes que falharam e os que vieram a óbito, a maioria tinha o diagnostico de CPNPC, 100% e 70% respectivamente.

Conclusão: Diante dos dados apresentados, foi possível observar que o percentual de pacientes que se beneficiaram com uso do nivolumabe é próximo do que é encontrado na literatura e que a seleção dos portadores de CPNPC para uso dessa terapia é importante, devido a mortalidade e progressão de doença encontradas nesse subgrupo. Posteriores estudos experimentais e biomoleculares são importantes para caracterização e identificação dos pacientes-alvo dos imunoterápicos.

Palavras-chave: Nivolumabe; Câncer; Imunoterapia.

Poster in: IX CONGRESSO BRASILEIRO DE FARMACÊUTICOS EM ONCOLOGIA. 2018.

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